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O inglês é mais fácil do que o português?
Todos os idiomas têm suas características, algumas são parecidas com nossa língua materna e outras não, outras não existem. Nas reuniões para teste de nivelamento e mapeamento de necessidades e expectativas de nossos alunos, ouço muitos dizerem que a língua inglesa é difícil.

Digo para eles que tendemos a nos esquecer do tempo que levamos para aprender a escrever e falar português, com prática diária, e os incontáveis estímulos externos.

No geral, o português tem uma pronúncia com menos variações e exceções do que o inglês. No entanto, o inglês tem uma estruturação gramatical bem mais simples, e é isso que faz com que ele seja uma língua mais fácil para se aprender. O que não quer dizer que, para nós brasileiros, seja assim tão fácil quanto o é aprender o espanhol.

Ao comparar o inglês com português, o inglês tem as seguintes peculiaridades gramaticais:

1. Gênero
Todo substantivo em português tem um gênero específico (feminino ou masculino). Em português, é necessário saber o gênero de cada substantivo. A maioria dos masculinos termina em –o e dos femininos em –a. No entanto, há várias exceções, como as palavras “problema”, “tema”, “mão” e várias outras. Além daquelas palavras que não terminam em “o” e “a”.

O gênero dos adjetivos tem de concordar com o do substantivo (empresa brasileira, trabalho desafiador etc).

Agora, no inglês, não existe variação de gênero (masculino e feminino) para os substantivos, adjetivos, artigo definido (the) e indefinidos (a / an), apenas com algumas exceções. Os adjetivos nunca mudam de forma, mesmo no plural! (awesome trip, awesome countries, awesome movie).

2. Ortografia
Em inglês não há acentos, consequentemente, também não há crase, temor de quase todos os brasileiros. Também não tem cedilha. A exceção fica por conta das palavras de origem francesa. Alguns exemplos:

Risqué (indecente, picante, malicioso)

Café (restaurante)

Fiancé (noivo)
Fiancée (noiva)

Dèjá vu (sensação de já ter visto ou experimentado algo que, de fato, está acontecendo pela primeira vez)

Résumé (curriculum vitae)

Não ter acentos facilita na ortografia, mas dificulta na pronúncia…

3. Verbos
As conjugações dos verbos são muito mais simples. Com exceção da terceira pessoa do singular no tempo presente (he, she it), não há variação de acordo com a pessoa, como no português. O tempo, em inglês, é determinado por verbos auxiliaries, o verbo principal não sofre alteração.

Os alunos acham os verbos difíceis, mas é apenas uma questão de treino e automação, pois o conceito de conjugação em inglês é diferente do português. O cérebro precisa criar novos parâmetros e padrões de comunicação, depois que as estruturas são automatizadas, o aluno percebe como é muito mais fácil que o português. Principalmente o aluno adulto se esquece o quanto teve de estudar para assimilar a conjugação dos verbos nas 4 terminações AR, ER, IR e OR, e os vários verbos irregulares, nos 3 modos: indicativo, subjuntivo e imperativo. Em inglês há menos tempos verbais.

4. Phrasal verbs
São combinações de verbo e uma ou mais preposições cujo significado nem sempre é simplesmente a combinação do que quer dizer cada palavra. Alguns exemplos: to look up to (respeitar), to put off (adiar), to call off (cancelar), to put up with (suportar), to hit on (dar em cima de alguém), to turn on (acender ou excitar). Existem inúmeros phrasal verbs e alguns verbos possuem mais, tais como: to go, to come, to get.

5. Aumentativo e Diminutivo
Não existe aumentativo e diminutivo para a grande maioria dos substantivos como em português. O inglês usa palavras extras para dar a ideia. Em português, os adjetivos sofrem alteração e ainda há exceções. Exemplos:

Casarão – casa grande – big house
Carrinho – carro pequeno – small car

6. Superlativo
O superlativo dos adjetivos em português tem mais variações e exceções, como os superlativos absolutos sintéticos:

Fácil – facílimo
Elegante – elegantérrimo
pobre – paupérrimo

Por ser tão difícil, muitos de nós deixamos de usar esta forma ou usamos apenas as mais comuns.

Em inglês, temos apenas o superlativo analíticos, de inferioridade e superioridade, como também os temos em português. Exemplos:

The most difficult problem (O problema mais difícil)
The easiest test (O teste mais fácil)
The least expected result (O resultado menos esperado)

7. Hífen
Na nossa língua, o uso do hífen ficou ainda mais difícil depois da reforma ortográfica. A lista é imensa e ainda unimos o que antes era separado por hífen! Em inglês, há os seguintes casos:

Números compostos
twenty-five, fifty-four, eighty-seven

Prefixos ex-, self-, ou all-
ex-wife (ex-mulher), self-centered (autocentrado), all-inclusive (tudo incluso/ incluído)

Dois ou mais adjetivos que vêm antes de um substantivo expressando uma só ideia
First-class (primeira classe) , well-respected (bem respeitado), well-being (bem-estar)

Características de um substantivo funcionando como adjetivo

four-bedroom house (casa de quatro quartos)
Five-year-old son (filho de cinco anos de idade)

Expressões com um só conceito ou ideia
merry-go-round (roda-gigante)
mother-in-law (sogra)
up-to-date (atualizado)

Para saber mais sobre como ficou o uso do hífen no português, acesse:
https://educacao.uol.com.br/portugues/reforma-ortografica/2009/01/30/minivocabulario.jhtm

8. Frases
O inglês é bem mais objetivo que o português. Para falar ou escrever bem em inglês, a melhor escolha são sempre as frases simples, As formulações mais complexas e detalhadas muitas vezes caracterizam a nossa língua. Isso tem um pouco a ver com a história e cultura do nosso país. Somos mais solícitos, expansivos e queremos agradar mais.

Se você também acha que o inglês é muito difícil, fale comigo pelo skype ligiavelozo ou e-mail ligia@companhiadeidiomas.com.br, construiremos juntos uma estratégia de aprendizado do inglês com a sua cara!

Escrito por Lígia Velozo Crispino. Publicado em 03.05 na coluna semanal da Exame.com. Editado por Lígia Velozo Crispino para o blog da Companhia de Idiomas.
 
Lígia Velozo Crispino, fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas. Graduada em Letras e Tradução pela Unibero. Curso de Business English em Boston pela ELC. Coautora do Guia Corporativo Política de Treinamento para RHs e autora do livro de poemas Fora da Linha. Colunista do portal Vagas Profissões. Organizadora do Sarau Conversar na Livraria Martins Fontes.

E se você quer se aprofundar neste assunto, fale com a gente. A Companhia de Idiomas tem professores que vão até a sua casa ou empresa. Fale com: karina.soares@companhiadeidiomas.com.br