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Empresa saudável?

Quanto mais estudo sobre Gestão de Pessoas e Liderança, na teoria e na prática, mais aprendo que:

– Algumas técnicas que funcionavam há alguns anos não funcionam mais.
– O que dá certo para um time pode não dar certo para outro.
– A razão de sucesso de uma empresa pode ser a razão do fracasso da outra.
– Pessoas são diferentes e agem de forma diferente dependendo do contexto. E por contexto podemos entender o mercado, a empresa, a área, o líder, os pares, os liderados, a família, a fase da vida – tudo interfere na forma como a pessoa age e reage. 
– A dinâmica de um time depende de centenas de combinações.

Patrick Lencioni escreveu recentemente o livro intitulado "The Advantage", ainda não traduzido no Brasil. Ele diz que as empresas precisam ser mais saudáveis, ao invés de buscar tão agressivamente apenas o ser eficiente. Isso faz todo o sentido para mim, mesmo sabendo que sem eficiência e eficácia não se chega a lugar algum. É fato que quando nossas relações estão saudáveis, destinamos tempo para coisas mais relevantes do que discussões, choros, desabafos com alguns amigos, pequenas vinganças e algumas maledicências.

Isso vale para nossa vida pessoal e também (como quase tudo), para a vida corporativa. Buscar a saúde nas relações pode ser uma meta da qual decorre todo o resto.

Neste livro, o autor sugere que o leitor reflita sobre alguns pontos fundamentais para avaliar a saúde da empresa:

Construir um time

– As pessoas só trabalham bem quando confiam nas outras. Quando não confiam, qualquer pequeno erro vira motivo de comentários excessivos, ou mais processos são criados para evitar os erros, os líderes viram revisores e o relacionamento é comprometido. Se as pessoas confiam umas nas outras, um erro é sinalizado numa boa, a correção é recebida numa boa e é vida que segue.

– O conflito não pode ser evitado. Se a intenção é para resolver algo, as pessoas têm de se expor, discordar, chegar a uma solução que não é necessariamente a que o chefe criou. Ao sair de uma reunião, todos saberão o que fazer, como fazer, qual o prazo e a razão de tudo aquilo.

Criar clareza

– O que se espera tem de estar claro: a missão, os valores, os comportamentos, as metas, as ações. Todos precisam sentir que são donos da estratégia e não seus escravos. Para isso, eles têm de ajudar a construí-la e precisam saber que podem discuti-la a qualquer momento. Do contrário, estarão apenas seguindo ordens, para realizar as vontades e os sonhos dos executivos e dos acionistas.

Comunicar exaustivamente

– Comunicação em todas as direções: dos líderes para o time, entre o time, do time para os líderes. Um ajuda a lembrar o outro sobre o que compõe a estratégia, da missão às ações diárias. Assistir passivamente o outro errar sem falar nada é pior do que errar: essa é a cultura a ser implantada.

Ser coerente com o que se quer

– Funcionários devem ser contratados e mantidos com base nos valores. Se não houver identificação de valores, não entra ou, se já entrou, tem de sair. Se há identificação de valores, mas o funcionário não está com boa performance, deve-se investir no coaching por um tempo, transferência de área, até se ter uma conclusão final. Infelizmente há pessoas alinhadas com os valores, mas incapazes de atingir as metas da organização, mesmo com esta assistência temporária. Aí, com dor no coração, tem de sair também. Só os valores não sustentam uma carreira. Mas só a competência também não deveria sustentar.

Especialmente nas PMEs, universo em que atuo por ser sócia da Companhia de Idiomas e do ProfCerto, o empresário tem como desafio a excelência na estratégia, no marketing, nas finanças, tecnologia… Sempre em busca do Resultado. Mas isso é só metade da equação, embora ocupe praticamente todo o nosso tempo. A outra metade é olhar para a saúde nas relações. Sempre nos esquecemos de que com ela, a primeira parte flui sem tanto esforço.

Fonte: RH.com e Rosangela Souza



Rosangela Souza é fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas e ProfCerto.Graduada em Letras e Tradução/Interpretação pela Unibero, Business English na Philadelphia, USA.
Especialista em Gestão Empresarial com MBA pela FGV e aluna do Pós-MBA da FIA/USP. Desenvolveu projetos acadêmicos sobre segmento de idiomas, planejamento estratégico e indicadores de desempenho para MPMEs. Colunista do portal da Catho Carreira & Sucesso.